sábado, 27 de setembro de 2008

Festivais Nacionais - Parte 1

Tim Festival


O Tim Festival é um festival de música alternativa, indie, eletrônica, rock e jazz, que existe desde os anos 80 no Brasil. Originalmente, o festival se chamava Free Jazz Festival quando era patrocinado pela marca de cigarros Free, em 2003, quando uma nova legislação brasileira proibiu o patrocínio de eventos culturais por empresas tabagistas, a companhia de telefonia celular Tim assumiu o financiamento do evento.

O Tim Festival ocontece no RJ, na Marina da Glória. Algumas de suas principais atrações se apresentam em outras cidades como Curitiba e São Paulo.

Em 2007 as principais atrações foram: Arctic Monkeys, The Killers, Bjork, Cat Power e Juliette and The Licks.


Atrações do Tim Festival 2007: Arctic Monkeys, Bjork, Juliette and The Licks e The Killers.


O grande problema dos festivais brasileiros é que a maioria das pessoas daqui só compram ingresso para balada ou show de artista que toca na rádio, isso mesmo na época da internet. O público brasileiro ainda não está acostumado a esse formato de evento.


O Tim Festival no RJ foi tranquilo apesar de alguns atrasos e filas nos bares. O evento na Marina teve uma produção mais compacta. A estrutura foi montada como uma praça e o visual é de docas, com muitos containers coloridos e muita projeção de imagens dando uma atmosfera mais aconchegante.


Tim Festval na Marina da Glória, RJ.


O show do The Killers foi o que aglutinou maior número de fãs enlouquecidos, foi um verdadeiro espetáculo: todos sabiam as letras, gritavam, se descabelavam, subiam uns nos outros.

Já no evento em São Paulo houve muitos atrasos e falhas estruturais: ingressos caros, queda de energia no show do Hot Chip, intervalos entre shows que chegavam a durar mais de uma hora. Depois dos Arctic Monkeys o público já exausto esperou cerca de uma hora e meia para que o palco do The Killers fosse montado.


O festival foi das 18h30 até as 5h (10h30 de shows e muitos atrasos), a entrada com comida e bebidas próprias não era permitida. Lá dentro a água custava vinte reais o litro (cinco reais 250ml), a única opção de comida custava quinze reais, a lata de cerveja (quente) custava cinco reais, para completar tudo acabou muito cedo (a água antes da duas da madrugada, já no meio do show do Arctic Monkeys) deixando milhares de pessoas com sede.

A desculpa da Dueto Produções, organizadora do evento, foi que devido aos atrasos acumulados os estoques dos bares e lanchonetes instalados no local não foram suficiente para atender tão longa demanda.

Este ano o festival não possue uma escalação tão boa quanto do ano passado. Já foram confirmados Klaxons, Gossip, Gogol Bordello, The National, Paul "Modfather" Weller, a cantora de jazz Carla Bley e MGMT (na minha opinião a melhor atração até agora).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Emo Day 2008



Hoje estamos comemorando o Emo Day, uma criação do site Nadaver (http://www.nadaver.com/emo-day-2008/) em que vários blogs reservam o dia (24! hehe) para falar sobre nossos queridos Emuxos.

O que seriam os Emos?


Elmo Emo


Emo seria uma modinha? Um estado de espírito? São os filhos de uma nova geração de pais que quase não tem tempo para dar amor aos seus filhos?

Bem, Existe a música emo e as pesssoas emo.


Vaca Emo

A música emo (ou emocore) é derivado do hardcore melódico - batidas fortes com letras melódicas. Quer um exemplo de bandas? Fall Out Boy, Simple Plan, My Chemical Romance, Nx Zero e Fresno.

Assim como o Metal, a música emo provoca uma série de reações, enquanto o metal provoca reações explosivas como vontade de quebrar tudo, moshs insanos, empurra-empurra e balanço de cabeças, o emo provoca uma reação mais implosiva como vontade de se encolher em um canto, abaixar a cabeça e chorar, além de provocar pensamentos auto-destrutivos.


AEEEE jogaram um EMO! Mete porrada!!!


"Pessoas" (serão!?) emo são os consumidores da música emo, com uma faixa de idade entre os 13 e 17 anos. Influenciados pelo estilo, possuem comportamento emotivo e tolerante, visual de trajes pretos, listrados, Mad Rats, cabelos coloridos e a famosa franja caída sobre os olhos.

Outra coisa que chama a tenção nos emos além do visual é o fato de serem abertos (hehe! No bom sentido) em relação ao compotamento e à sexualidade... Fazem o estilo "paz e amor"... Será que os emos são uma evolução distorcida dos hippies? Bem, semelhanças existem....




Sobrou até pro Bob Esponja Emo!

Deixo meus sinceros parabéns aos emos pelo Emo Day!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lágrimas, Lisa e Mallu.

Noite de domingo, eu estava em casa assistindo aos Simpsons. No episódio Lisa faz um documentário e o envia para um festival de cinema independente, os críticos do fetival examinavam os filmes sem achar nenhuma novidade até se depararem com o filme de Lisa com a seguinte descrição: "Garota vegetariana... Pausa, todos com cara de espanto.... Incompreeendida.... Mais espanto ainda." Aí o crítico que estava lendo pára um pouco e começa a falar que aquilo não era tão anormal assim, mas ele continua lendo e solta um grito: "Ela só tem oito anos!" Pronto! Todos os críticos que estavam na sala caem duros para trás, mortos!

Nesse momento eu tive um estalo. Foi assim que reagi quando descobri Mallu Magalhães (eu só não morri né!?). Já fazia tempo que ouvia rumores sobre ela, mas eu estava ocupada ouvindo uma pilha de CD's que deveria ter ouvido nas férias e eu também achava que era só mais uma cantora de uns vinte e sete anos que cantava folk em português, não achava que fosse uma novidade tão grande assim, nem me interessava tanto por folk, tinha ouvido apenas Iron and Wine (folk-rock), Camera Obscura (indie-folk) e KT Tunstall (folk-pop). Até que depois de já não aguentar mais ouvir falarem sobre ela resolvi procurar na Wikipédia. Eu caí para trás quando vi que ela só tinha quinze anos e que cantava em inglês. Foi um choque, entrei em desespero e saí baixando todas as músicas que encontrava. Fiquei uma semana com cara de boba alegre. Chegava a chorar de alegria ouvindo J1. Aquilo para mim era um verdadeiro milagre.



Mallu Magalhães me fez chorar.

Eu me perguntava como alguém com quinze anos gostava de Elvis, Bob Dylan e Johnny Cash neste mundo tão perdido, quando a maioria das garotas dessa idade estão ouvindo besteiras como Fergie (argh), Rihanna (argh), funk (sem comentários), High School Musical, Jonas Brothers, Miley Cyrus, Rebelde e NX Zero?
Mallu é uma em cem milhões, um prodígio incrívelmente talentoso. Ela escreve suas músicas (cantar em inglês no Brasil é como dar um tiro no próprio pé. Mas eu apoio totalmente, veja onde o CSS chegou...), toca e canta, além de sempre ter tido o apoio dos pais, algo essencial, sei a falta que isso faz (ninguém nunca me leva a sério).

Eu me considerava uma em cinqüenta mil (moro no interior de Minas né!?). Sei o que Mallu devia passar convivendo com pessoas que não se interessavam pelas mesmas coisas que ela, assim como também ocorre comigo (indie aqui é coisa de outro mundo). A gente meio que se sente isolada. Encontrei na Mallu a amiga que sempre quis ter, alguém que me entenderia quando falasse de música e tal.

Num país em que a música não é levada a sério, que não recebe incentivo dos governantes e que não é vista como uma forma de vida pela maioria das pessoas, Mallu Magalhães foi um raio de esperança na minha desilusão. Já estava decidida a sair o mais rápido desse país e ir para a Inglaterra (sonho de todos os indies).

Com Mallu Magalhães o Brasil não é tão ruim assim.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cenário decadente?????

Dia desses eu estava navegando por alguns blogs relacionados a música e me deparei com o seguinte comentário: "Eu odeio o CSS! Eles estão manchando a imagem do cenário musical brasileiro lá fora."

Depois de ler tal coisa meu primeiro impulso foi o de rir, depois quis dar uma curta e grossa resposta a tal comentário, mas eu acabaria tendo que ecplicar muitas coisas para a pessoa que escreveu aquilo e isto eu o faço aqui agora.

O que seria o cenário musical brasileiro? São 40 anos de mesmice!

Há quanto tempo você ouve sempre as mesmas músicas de MPB e Rock Nacional?

São sempre os mesmos artistas, as mesmas músicas e muito pouca inovação.

Vamos falar especificamente sobre o Rock Nacional.

O cenário explodiu nos anos 80, numa época bem conturbada da historia brasileira com toda a opressão, censura, ditadura, Diretas Já, etc. Foi uma época de contestação e manifestações, o ambiente perfeito para o BOOM do rock. Dái surgem Legião Urbana, Ira!, Titãs, Paralamas do Sucesso, Engenheiros dos Havaí, Bíquini Cavadão, Barão Vermelho, Kid Abelha, Capital Inicial, etc.

Voltando para os dias atuais, peça um tio, um primo (nada de adolescentes geração NX Zero, argh!), um amigo para falar o nome de uma banda de rock brasileira. Eles provavelmente vão dizer o nome de alguma dessas bandas citadas acima.

Lique o rádio, a TV (Globo, SBT...) e quais bandas de rock você vai ver?

Outro dia meu tio estava vendo o Faustão (argh!), como eu não tinha nada para fazer fui ver o que estava passando: Paralamas e Titãs divulgando seu DVD juntos! Hum! Novidade!!! Mas aí eles começam a tocar.... as músicas de sempre! E a novidade acabou por aí. Até meu tio que não entende muito de música percebeu isso. "Olha aí, essas bandas tentando fazer mais sucesso com essas musiquinhas antigas." ele disse.

O que eu estou tentando mostrar é que o "mainstream" do rock brasileiro continua a mesma coisa faz 20 anos! Desde lá não houve muita evolução (com exceção dos Raimundo nos anos 90).


Raimundos: considerados por muitos como uma das grandes bandas de rock brasileiro.


De uns 8 anos pra cá com a internet e novos meios de compartilhamento de música é que novas bandas começaram a surgir, a maioria no "underground". Surgiram Pitty, Detonautas, CPM 22 e O Rappa. Sei que algumas pessoas não gostam desssas bandas, mas é fato que eles levaram o novo rock para as TVs e rádios, únicos meios que conseguem atingir a maioria da população.


O que está acontecendo no Brasil hoje é uma explosão de bandas com a consciência de que para chegar em algum lugar a coisa tem que ser levada a sério. Existe esperança para todos. Qualquer um pode entrar no site da Trama Virtual e confirmar o que eu estou dizendo. No meu orkut sempre recebo mensagens de bandas se auto-divulgando. As coisas parecem estar tomando um novo rumo.


Para confirmar tudo o que eu disse sem deixar dúvidas vamos analisar o caso da música sertaneja. Ela nunca parou de crescer, novos músicos estão sempre surgindo. Se não fosse assim Chitaõzinho e Xóroro estariam fazendo sucesso até hoje. Mas outros surgiram e os desbancaram, como Bruno e Marrone, que abriram as portas para Cezar Menotti e Fabiano, Vitor & Léo e por aí vaí, não sou especialista nessa área.


O sertanejo está sempre mudando, ao contrário do que aconteceu com o rock que acabou perdendo muita força (também devido à concorrência com o funk, hip hop e o pop).


O cenário do rock nacional estava uma vergonha, o mesmo vale para o MPB que também anda mal das pernas. O que o CSS (Cansei de Ser Sexy) está fazendo é ajudar o cenário musical brasileiro, além de servir como exemplo e incentivo às novas bandas e mostrando que o Brasil não é um país de "uma coisa só" (futebol, carnaval, Bossa Nova) como os gringos pensam (fato!).

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Festivais - Parte 4


Reading/Leeds Festival

O festival de Reading/Leeds são um par de festivais de música que acontecem eventualmente nas cidades de Reading e Leeds (65 km de Londres) na Inglaterra.

É um dos maiores eventos de música do planeta. Os festivais ocorrem simultaneamente durante o feriado bancário de agosto. Nos seus primórdios,o festival de Reading possuia forte orientação folk, mas atualmente os estilos mais comuns são rock alternativo, indie rock, punk e metal.

O que poderia ser uma feliz coincidência? Gostar de rock e estar na Inglaterra em agosto. O festival rola tradicionalmente no mês do cachorro louco há pelo menos 30 anos.

O Reading reúne milhares de rockers de todas as partes do mundo e em 2008 teve um line-up tentador: Rage Against The Machine, The Killers, Queens Of The Stone Age, Bloc Party, The Raconteurs, Metallica, CSS, MGMT foram apenas algumas atrações deste ano.

O preço dos ingressos foi de 155 euros pelos três dias. O esquema cambista era o seguinte: você chega lá procurando por um ingresso e eles te colocam uma pulseiro de convidado VIP do fim de semana, te levam até a guest area com uma desivo "Fratellis Production" colocado na roupa, colocam você na galera dos ingressos normais, retiram a pulseira, o adesivo e saem para pegar outros compradores.

NME/Radio 1 Stage



O segundo maior palco do Reading o NME/Radio 1 Stage agora é gigantesco. A tenda virou praticamente uma arena, com oito torres de sustentação é pelo menos duas vezes maior que o palco principal do TIM Festival.


A moda eram garotas com óculos de coração, garotos com óculos do Kanye West, muita gente na galera com frases escritas com canetinhas pelo corpo todo: "cunt" na boca, "entry here" no cofrinho e por aí vai. Este também é definitivamente o ano do indie-hippie: incontáveis meninos com faixas e meninas com fitinhas na cabeça estilo MGMT.


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Festivais - Parte 3

Lollapalooza


O Lollapalooza é um festival de música norte-americano que apresenta bandas de rock alternativo, rap, punk e rock. É organizado por Perry Farrel, vocalista do Jane's Addiction.

O maior festival americano antes dos festivais americanos passarem a correr atrás dos festivais ingleses, o Lollapalooza 2008 recuperou seu trono de principal evento jovem da América. O festival é lindo, tem comida e bebida descente e farta e fica dentro de uma cidade. Não exige deslocamentos massacrantes para voltar à civilização. Desde 2005 fixado em Chicago, o Lollapalooza 2008 conseguiu pela primeira vez em sua história esgotar todos os ingressos vendidos. Foram três dias grandiosos em todos os sentidos, em que 225 mil pessoas passaram pelo Grant Park de Chicago para assistir as 120 atrações, dentre elas: Radiohead, Rage Against The Machine, Nine Inch Nails, CSS, Bloc Party e Raconteurs.


Grant Park


Jovens multicoloridos e famílias, incluindo muitos bêbes, marcaram o festival criando um clima que é pouco comum nos festivais brasileiros. Com a temperatura em torno dos 35°C o jeito era se refugiar nos jardins cobertos por árvores ou nas tendas, como a do My Space com seus jatos d'água. A organização foi impecável. Bares e banheiros espalhados por todos os cantos não deixaram ninguém na mão. Comida farta, bebida e cerveja por US$ 5. Também era possível ter água grátis em dois pontos do parque, após encarar uma boa fila.

Nenhum acidente grave foi reportado, apenas 15 pessoas foram presas por desordem.

Com seus oito palcos, o Lollapalooza é um festival à beira da perfeição.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Festivais - Parte 2

Festival de Coachella



Coachella


O Coachella, tão indie quando to Curitiba Pop Festival, tão rock quando o Claro Que É Rock, tão misturado quanto o Tim Festival, tão eletrônico quanto o Skol Beats e tão novas tendências quanto o Sonar Brasil.


Em uma maratona de três dias, o Coachella ocorre em um esverdeado oásis incrustrado no deserto norte-americano, no coração árido do Coachella Valley (Califórnia), a uma temperatura que facilmente ultrapassa os 40°C, especificamente em um campo de pólo de enormes proporções localizado em uma cidade pacata, Indio, próximo a estâncias de águas termais repletos de casais aposentados.


A edição de 2007, que ocorreu em abril, foi o maior em todos os sentidos, teve a maior cobertura da imprensa e a maior quantidade de atrações (122 no total). Contou com nomes consagrados como Red Hot Chilli Peppers, Sonic Youth, Interpol, Arctic Monkeys, Lily Allen, Kaiser Cheifs, Amy Winehouse e outros, além do retorno de Jesus & Mary Chain e do Happy Mondays. Os ingressos para os três dias (por volta de R$ 500) se esgotaram em fevereiro.


O coachella é o mais significante (e tranquilo) evento pop do mundo de hoje. O guitarrista Frank Black (Pixies) disse, definido o festival: "Todos os jovens do mundo devem querer ser como o Coachella. Qualquer um, de qualquer lugar, seria capaz de matar para ter sua lista de atrações e seu clima".


A música é diversa, servida aos montes para o público que corria de uma tenda para outra (eram três), de um palco para outro (eram dois), dentro do clube de pólo do Coachella Valley. As bandas tocam desde a 1h da tarde até pouco depois da meia noite.


Durante 3 dias, Indio, que só tem 60 mil hab, recebe uma multidão de gente. E é claro que não há hoteis para todo mundo. Todos os quartos daquela região ficam reservados desde o ano anterior. A solução: acampar. É um dos pontos mais altos do festival. Todo mundo de barraca acampando dentro do Coachella, pagando 45 dólares por cabeça. É um camping hippie-chique, já que tem bares cheios de estilo e até internet sem fio para quem estiver com laptop. E também há mangueiras para o pessoal tomar banho por causa do calor.


Com um público de 100 mil, as únicas coisas que estiveram fora de ordem foram um punhado de prisões por conta de "problemas relacionados com drogas" e algumas ocorrências médicas devido ao calor intenso, além de uma grávida que entrou em trabalho de parto pouco antes do grupo Weezer entrar no palco.